4.3.09

DIAS ÚTEIS

De tesoura na mão, avança pelo caminho enquanto corta laços que sente como perniciosos. Sem olhar para trás, para os restos de passado espalhados pelo chão.
Avança de tesoura na mão, impassível, olhos fixados num horizonte sem contornos definidos, incógnita. Sem tempo a perder com o supérfluo, com o fútil, com o tempo que sente como inútil se investido nas coisas e nas pessoas que não valham a pena.
Um tempo para cortar, no passado e no presente, que o futuro emergente não prima pela paciência para esperar.

Continua pelo caminho, à tesourada, com uma atitude determinada.
Sem tempo para as miudezas, sem pachorra para as tristezas e ainda menos para as desilusões.

5 comentários:

gaija do norte disse...

cortando os laços que, às tantas, nunca o foram...

shark disse...

Às tantas temos muitas vezes que chegar a essa conclusão, não é?

gaija do norte disse...

muitas espero que não, ou o passado fica vazio, não é?

shark disse...

Do passado sobram sempre as lições que nos permitem encará-lo de uma forma serena e cortar os laços sem esquecer o que de bom possa restar.
Mas claro que quanto menos cortes melhor...

shark disse...

(E bem vistas as coisas, é sempre o presente que mais conta.)