26.7.10

CANÍCULA

O homem sozinho, no meio do deserto, algures no seu caminho para longe ou para perto de si e dos outros, o homem, sozinho, no meio do seu destino ou no princípio ou à beira do fim.

O homem sozinho que se sente pequenino assim, na imensidão que o rodeia por dentro também, horizonte ilimitado sem um ponto de referência assinalado, uma miragem recortada na linha de separação entre a terra selvagem e o céu despido de sombras para atenuar o calor daquele homem a caminhar no deserto do coração para longe ou para perto da sua salvação.

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