29.9.12

FLOR DE ARTIFÍCIO


Foto: Shark

28.9.12

NINGUÉM DISSE QUAIS

O homem morreu.
E tudo quanto na vizinhança, sorriso maroto, havia a dizer acerca do rasto da sua passagem é que deixou boa impressão tanto em mulheres como em homens.
Pelas mesmas razões.

27.9.12

LAR DOCE LAR



Foto: Shark

IMPOTÊNCIA

A propriamente dita é a única que me falta experimentar.

25.9.12

AS CORES DO CÉU


Foto: Shark

POLÍTICA À BASTONADA

Madrid já está a arder?

A LOUCURA WORLDWIDE

Chineses, japoneses e chineses de Taiwan já andam à mangueirada no mar por causa de uma ilhota desabitada.

24.9.12

VAI UMA SOPINHA?

23.9.12

OLHA PARA MIM


Foto: Shark

22.9.12

UM WHISKY ANTES


Foto: Shark

21.9.12

PONTOS DE LUZ


Um dia decidiu avançar com a proposta. Disse-lhe que a achava incrível e que se acreditava capaz de a fotografar de uma forma que a imortalizaria. Ela começou por torcer o nariz, mas a expressão dele acabou por fazê-la sorrir. Nua? – perguntou. Ou não. – respondeu ele, de forma sincera e olhar livre de hesitações.
E ela ficou de pensar no assunto e depois dizer alguma coisa.

Não pensou demais. Ligou-lhe nesse mesmo dia e por ela seria quanto mais depressa melhor, para aproveitar a adrenalina de tal decisão. E ele marcou para o dia seguinte, para ter algum tempo para preparar o espaço e o equipamento necessários.

Ela apareceu e trazia uma expressão divertida, entre a preocupação legítima e a excitação que a sessão fotográfica lhe provocava.
Ele tentou pô-la à vontade, explicou-lhe de forma resumida o cenário, panos pretos ou brancos de fundo e uns quantos projectores, mais o que o motivara a propor-lhe a iniciativa. Detalhou tudo quanto o fascinou na figura daquela pessoa com a qual se cruzava nas ruas e pouco mais. E ela ouviu em silêncio enquanto parecia debater-se com uma decisão complicada e gostou do que ouviu e a blusa foi a primeira coisa que despiu até não restar roupa alguma.

Depois foi aceitando as instruções do homem por detrás da objectiva, empenhado em levá-la a exibir o melhor em si, tratando-a como uma diva, visivelmente entusiasmado com o que via e queria tanto registar.
O gelo acabaria por derreter poucas horas depois e os constrangimentos iniciais desapareceram. Pararam um pouco para conversar e ele notou algo de diferente no olhar e no tom de voz que ela lhe dirigia. Escassos segundos de silêncio bastariam para ambos sentirem a tensão no ar e ele sentiu-se obrigado a respeitar um código de conduta qualquer e propôs retomarem a sessão.

Mas ela parecia ter tomado mais uma decisão entretanto e ele por detrás da câmara percebia a diferença no olhar e nas expressões e sentia a tentação que prometera a si próprio renegar mas não conseguia. Tudo aquilo que via, cada instante mágico que ela proporcionava era um passo acima que ele se permitia na atracção que se revelava cada vez mais inequívoca e ele a tremer por dentro pelo receio de uma má interpretação de alguns sinais.
Ela, intuitiva, já procedera à libertação de amarras artificiais e estava decidida a levar ao limite a experiência que a agradava como nunca imaginara. E o fogo que ele entretanto acendera quase sem querer começava já a arder nas imagens que ele capturava na cabeça também.

Pousou a máquina e perguntou-lhe, olhos nos olhos, se podia humedecer-lhe os mamilos para obter um efeito diferente, um brilho especial num pequeno ponto de luz.
Ela, sentada no chão, agarrou a janela de oportunidade e estendeu uma mão, começou a passear os dedos no cabelo do fotógrafo amador que se deixou ficar ajoelhado, bem perto do corpo que já quase conhecia como as palmas das suas mãos, cartografado na memória em cada pormenor.
Quando ela começou a puxá-lo para si sem pressas ele traçou a rota para os lábios que ela mordia a si própria.
Só a meio do caminho percebeu que ela preferia um atalho e foi para o seu peito generoso que encaminhou o beijo que lhe consentiu.

E esse seria apenas o primeiro ponto de luz no corpo inteiro que ele humedeceu.

O EQUILÍBRIO QUE A VIDA SEMPRE PROCURA

Com poucos minutos de intervalo recebi uma excelente notícia e uma outra tão má que anula o efeito positivo da primeira, em termos psicológicos e práticos, e até o ultrapassa em termos de impacto.

Estas montanhas russas emocionais até são giras, quebram as rotinas do quotidiano e assim. Mas as descidas a pique continuam sempre a causar-me muita aflição.

20.9.12

ESTRANGEIRICES, NÃO LIGUEM...


SMOOTH

Santana & Rob Thomas.

EMOÇÕES AO RUBRO

Vais a conduzir o carro novo e até tens a noção de que vais muito perto do carro da frente mas a mulher no passeio à esquerda é simplesmente fabulosa e não resistes à tentação de te fiares na sorte e virares por segundos a cabeça para o lado mas o da frente trava a fundo e estampas-te à bruta na traseira do infeliz.
No lugar do pendura, ciente do que acaba de acontecer e porquê, está sentada a pessoa que escolheu o carro e que tanto gosto por ele demonstrou: a tua mulher.

NA FRONTEIRA DO PERIGO

Estás ao volante, parado no semáforo, e atravessa a estrada uma mulher vistosa, com tudo aquilo que gostas de apreciar numa mulher, mas atinges o limite da tua visão periférica e estás quase a virar os olhos para dentro mas a pessoa a teu lado, no lugar do pendura, também deu por ela e está a olhar para ti.
E a pessoa ao teu lado é a tua sogra.

TUDO BEM SE FORES UM CAMALEÃO...

As duas mulheres mais deslumbrantes que viste em toda a tua existência cruzam em simultâneo o teu olhar.
Mas caminham em direcções opostas.

AI NÃO?

Porque reclamas amor eterno se defendes que a um amor a sério não se podem impor quaisquer condições?

19.9.12

WHAT IT'S LIKE

Everlast.

COITADINHO DO CROCODILO...


16.9.12

SING TO ME


Foto: Shark

15.9.12

AS MAMAS DA PRINCESA KATE

Apesar de os paparazzi terem conseguido as fotos da moça em topless com recurso a um telescópio, ficamos todos a saber que afinal as ditas nem são assim do outro mundo...

DE PESCA


Foto: Shark

A ANGELINA JOLIE E O PICARETA

Ver o António Guterres a conversar com ela a escassos centímetros de distância quase me deu vontade de abraçar uma carreira política.
(E agora percebo a onda do Flopes numa de Santa Casa...).

11.9.12

É D'OURO


Foto: Shark

10.9.12

SAIL

Awolnation.

MUITO PARA ALÉM DE TI


Um nome.
Duas datas.
Um espaço em branco.

E o silêncio em redor de tudo aquilo, como se fosse preciso calar a vida para lá dos muros bem altos que o cercavam agora.
Muros brancos, muros limpos de palavras, silenciosos eles também como guardiães de um território que era terra de ninguém quando a noite aparecia e fechavam os portões à vida que os visitava, os nomes, as datas e os espaços em branco que durante o dia muitas pessoas tentavam ali preencher, com lágrimas, com sorrisos, com memórias, com emoções que eram histórias por contar.

Um nome.
Duas datas.

A pessoa arquivada no ficheiro terminal, o dia do início da caminhada mais o dia da transição final. Ou talvez não. E entre esses dias toda uma vida que é agora o espaço em branco entre datas que contraria a escuridão que a saudade obriga a pintar.
Mas cada lembrança é um pedaço de cor, um conjunto de palavras que podem ser gravadas na pedra com o cinzel da imaginação.
Histórias de vida com nome e com rosto, lágrimas e sorrisos, memórias e emoções acontecidas lá fora, para lá daqueles muros brancos que a noite escurecia como se a luz tivesse naquele lugar o mesmo efeito perturbador que o som.

Um nome.
  
Escrito com tinta preta mesmo por cima do espaço (em) branco onde ninguém conseguiu resumir tudo aquilo que se passou com aquela pessoa entre as duas datas que a identificam enquanto pedaço de tempo com um princípio e com, talvez, um fim.
O amor que lhe dedicaram, os ódios que inspirou. Tudo aquilo que se passou entre datas, experimentado por quem lembra e por quem já possua também duas datas depois do nome e de um espaço por preencher com o desgosto de uma mulher ou de um homem esmagados com o fardo de resumir o que aquela pessoa valeu, tudo ou nada, agora que se perdeu, num espaço reduzido que não serve o propósito quando a pessoa em vida se agigantou entre a data que marcou o início da jornada e a data em que acabou a estrada que aquela existência percorria.

E para contar a sua história, um só livro não bastaria.

AS CORES DO CÉU


Foto: Shark

8.9.12

TROIKODILO


Foto: Shark

6.9.12

BLOGOESPELHO DA VIDA LÁ FORA

O último grito (se calhar mesmo o último...) na Blogosfera é a conversão dos blogues a clubes privados onde só entra quem o/a dono/a quer.
Por muito que tente entender essa opção, que respeito porque dizem que tem que ser, faz-me sempre lembrar aqueles condóminos que têm a casa sempre em festa e cheia de gente a entrar e a sair a toda a hora mas não conhecem o nome dos vizinhos e nem bom dia ou tarde lhes dão.

5.9.12

METALEIRO

Foto: Shark

O ELO MAIS FRACO


Percebeu apenas a existência de um elo de ligação que nunca o envolvia ou mesmo quando parecia revelava-se efémero e puramente circunstancial.
Era uma questão de tempo, até perceber também, como os outros, o erro de casting que sempre se constituía, na merda que fazia aos olhos de todos quantos julgavam pela mesma bitola, ligados que estavam por algo que não conseguia vislumbrar.
Raramente conseguia perceber, mesmo à posteriori, a natureza do seu lapso, do seu desajustamento, da gota de água que transbordava sempre no seu copo, mesmo que nos restantes caísse uma chuvada torrencial.
Mas percebia-se marginal, de alguma forma inconveniente, e não sabia porquê, mas o mal estaria em si porque os outros sempre conseguiam encontrar uma forma de pactuarem para manterem o tal elo de ligação, talvez alguma forma de perdão que nunca soubera merecer por causa de algo que fazia a diferença e distinguia a sua pessoa pela negativa em qualquer pequena multidão.
Era sempre enorme o trambolhão, oito ou oitenta, bestial a besta, era sempre uma desilusão que restava como lembrança da sua passagem noutras vidas quaisquer, fossem de homem ou de mulher, porque lhe percebiam sempre uma carrada de defeitos e de limitações que outros igualmente possuíam mas no seu caso não permitiam apenas porque sim.
Limitava-se a adivinhar o fim das relações para a vida como as acreditavam até ao dia em que se transformava numa abóbora tudo quanto de bom pudesse transmitir nos cruzamentos com outras existências, ou eram as birras ou eram as incongruências, como se nada que de bom tivesse fosse algum dia capaz de equilibrar a parada com as suas limitações.
Já nem alimentava ilusões acerca do que estava para vir, sempre à espera de que deixassem cair como era sua tradição, aparentemente nunca tinha razão quando as coisas corriam menos bem, talvez porque lhe faltasse o discernimento para distinguir a tal coisa que faltava na hora de pesar os seus prós e os seus contras na balança viciada.
Era uma pessoa apreciada até o prazo de validade acabar, com a passagem do tempo parecia azedar e brotavam de forma espontânea os fenómenos de rejeição ou de indiferença, até mesmo a obliteração dos rastos da sua presença onde não devia, pelas existências que não compreendia e depois falava sempre a menos ou demais.

Por isso se recolhia, era os outros que protegia da sua má influência por não conseguir acompanhar a cadência ideal para reduzir ao essencial o tal elo de ligação que até criava mas nunca conseguia manter.
Por ser incapaz de descobrir sequer pretextos decentes para o tentar aprender.

ECLIPSE LUNAR


Foto: Shark

4.9.12

POR ENTRE OS PINGOS DA CHUVA

Em cada novo dia o destino muda a disposição das armadilhas no campo minado que me compete percorrer.

3.9.12

E O CALOR QUE ESTÁ?


EMOÇÕES FORTES GT DE CORRIDA


Mal conseguia respirar quando deu consigo ao volante de um Emoções Fortes GT XPTi Turbo, com motor V8 e potência suficiente para uma aceleração das zero às 200 batidas cardíacas por minuto em dois ou três segundos.
Bastou pressionar ligeiramente o acelerador para sentir a força daquele motor e deixar-se dominar pela euforia, encantado pelo vistaço que faria naquele magnífico Emoções Fortes GT que escolhera em versão cabriolet, cabelos ao vento, a galope no asfalto sem nada a esconder.

Ficou colado às costas do assento quando acelerou prego a fundo, agora era o melhor condutor do mundo e não tardou a procurar as curvas que queria enfrentar à matador, com a confiança de um conhecedor capaz de controlar a máquina em quaisquer circunstâncias, minimizou irrelevâncias como o GPS de série que entrou em curto-circuito e deixou de funcionar.
Mas ele mal conseguia respirar e acreditava-se capaz de se orientar sem sistemas de navegação, seguia o mapa da intuição e devorava quilómetros naquela estrada que parecia não ter fim.

Percorria o caminho assim, acelerado, limite de velocidade ignorado porque já havia desligado o manómetro da lucidez que indicava um princípio de rotura nos cabos de ligação de todo o sistema ao travão que fingia nem existir mesmo ao pé do que acelerava.
Cada curva que enfrentava, sempre à beira do despiste, era potência que acrescentava à ilusão de um mestre da condução como se sentia e somava proezas nessa orgia de velocidade descontrolada.

Até que um dia numa curva marada o veículo como que enlouqueceu, parecia ter manteiga sob cada pneu e até as luzes falharam, não viu as lombas que o despistaram ao ponto de rodopiar desgovernado e acabou por embater num muro sem saber como nem porquê.
Circulava sem seguro e ficou muito danificado o Emoções Fortes GT, despejado pelo reboque num armazém para a reparação na medida do possível. O desgosto era terrível, mas tentava encontrar consolação no milagre da sobrevivência sem mais do que uma pequena cicatriz, os pontos que levara que eram os pontos que perdera ele mesmo quando finalmente caiu em si.
Aquela aventura acabara ali em definitivo, isso ele sabia, na parede que desconhecia até que nela embateu.

E foi assim que aprendeu a lição à bruta, nessa aula de condução filha da puta.

2.9.12

PORTO DE ABRIGO


Foto: Shark

LUCKY GUESS

Ela explodiu-lhe no olhar, divina, quando tentou atravessar a passadeira diante do carro parado com ele encantado ao volante. Antes de avançar ela olhou-o nos olhos e ele abriu a porta e saiu, sorrindo. Fez-lhe sinal para aguardar um instante, reentrou no carro e saiu com todos os tapetes na mão.
Ela intrigada ficou ali parada sem perceber o que se passava e ele, diligente, foi espalhando cada tapete sobre a passadeira pintada no chão.
Quando terminou, fez uma vénia e aproximou-se dela e estendeu-lhe um cartão e disse-lhe que foi aquilo o que lhe ocorreu para a poder tratar como a princesa que sentiu à primeira vista, e depois pediu-lhe uma oportunidade para conversar com ela à mesa de uma esplanada ou de um café, sem se mostrar incomodado com quem buzinava impaciente na rua movimentada.
Ela, surpreendida, guardou o cartão. Não disse que sim nem disse que não e percorreu a passadeira por ele forrada e no final do percurso virou-se para trás e sorriu.
Ele, deslumbrado, esqueceu tudo quanto tinha espalhado e seguiu.

O telefone tocou quando estava na caixa do hipermercado a comprar tapetes novos para o carro e um tinto magnífico para um momento que ele exigia tão especia.como a faria sentir-se na noite em que finalmente dormiram os dois..

1.9.12

CORES DE SAMBA


Foto: Shark

TIO SAM E SEU PRIMO ELDERZINHO

Pelo que já sei acerca do homem, tudo indica que o Romney é tão bronco como o seu antecessor republicano, o Bush.
Em versão sonsa.