Percebeu apenas a existência de um elo
de ligação que nunca o envolvia ou mesmo quando parecia revelava-se
efémero e puramente circunstancial.
Era uma questão de tempo, até
perceber também, como os outros, o erro de casting que sempre se
constituía, na merda que fazia aos olhos de todos quantos julgavam
pela mesma bitola, ligados que estavam por algo que não conseguia
vislumbrar.
Raramente conseguia perceber, mesmo à
posteriori, a natureza do seu lapso, do seu desajustamento, da gota
de água que transbordava sempre no seu copo, mesmo que nos restantes
caísse uma chuvada torrencial.
Mas percebia-se marginal, de alguma
forma inconveniente, e não sabia porquê, mas o mal estaria em si
porque os outros sempre conseguiam encontrar uma forma de pactuarem
para manterem o tal elo de ligação, talvez alguma forma de perdão
que nunca soubera merecer por causa de algo que fazia a diferença e
distinguia a sua pessoa pela negativa em qualquer pequena multidão.
Era sempre enorme o trambolhão, oito
ou oitenta, bestial a besta, era sempre uma desilusão que restava
como lembrança da sua passagem noutras vidas quaisquer, fossem de
homem ou de mulher, porque lhe percebiam sempre uma carrada de
defeitos e de limitações que outros igualmente possuíam mas no seu
caso não permitiam apenas porque sim.
Limitava-se a adivinhar o fim das
relações para a vida como as acreditavam até ao dia em que se
transformava numa abóbora tudo quanto de bom pudesse transmitir nos
cruzamentos com outras existências, ou eram as birras ou eram as
incongruências, como se nada que de bom tivesse fosse algum dia
capaz de equilibrar a parada com as suas limitações.
Já nem alimentava ilusões acerca do
que estava para vir, sempre à espera de que deixassem cair como era
sua tradição, aparentemente nunca tinha razão quando as coisas
corriam menos bem, talvez porque lhe faltasse o discernimento para
distinguir a tal coisa que faltava na hora de pesar os seus prós e
os seus contras na balança viciada.
Era uma pessoa apreciada até o prazo
de validade acabar, com a passagem do tempo parecia azedar e brotavam
de forma espontânea os fenómenos de rejeição ou de indiferença,
até mesmo a obliteração dos rastos da sua presença onde não
devia, pelas existências que não compreendia e depois falava sempre
a menos ou demais.
Por isso se recolhia, era os outros que
protegia da sua má influência por não conseguir acompanhar a
cadência ideal para reduzir ao essencial o tal elo de ligação que
até criava mas nunca conseguia manter.
Por ser incapaz de descobrir sequer
pretextos decentes para o tentar aprender.
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