Como se aproximam as comemorações de mais um aniversário sobre a Revolução de Abril e porque nem as pirocas podem alhear-se dos benefícios que a efeméride representa vou nesta ocasião explicar exactamente isso: o que representam para uma pila os valores de Abril.
Bom, desde pequenina (que nunca fui) tenho uma inclinação para a esquerda que não me deixa mentir. Mas nem vou por esse caminho fácil da predestinação, pois é óbvio o meu apego à liberdade. É em liberdade que atinjo o meu apogeu! Livre de roupas, livre de constrangimentos, livre para exibir a melhor pila que sou.
Mas a essa liberdade estão associadas outras não menos relevantes (relevo é o meu apelido do meio), como é o caso da liberdade de expressão. Sim, a expressão do meu potencial deve ser livre e não constituir um embaraço na praia para o coiso agarrado a mim e que me enterra na areia para dissimular essa manifestação de apego à vida que ofereço ao mundo com toda a naturalidade de que vos falo. E sei sempre do que falo, por inerência.
Existe ainda a liberdade de escolha, tão reprimida no passado e que mergulhava as pilas na falta de alternativas ou as forçava à clandestinidade promíscua no interior de serviços públicos de satisfação, sempre em busca de uma variação que o Regime conservador proibia com a veemência que murchava a vontade a qualquer cravito mais arrebitado. Agora a oferta ainda abunda e a procura não cessa de evoluir, pois até a economia do país conheceu os inúmeros benefícios da maior abertura aos mercados! Isto, claro, até ao dia em que os malabaristas da finança foderam o poder de compra ao pessoal.
Mas nem só em tempo de vacas gordas nós pilas apreciamos a liberdade que a Revolução nos ofereceu de forma directa (nudismo nas praias antes do 25 de Abril? Filmes porno em exibição nos cinemas antes do 25 de Abril? e por aí fora...) ou indirecta, pelo quanto influencia o estado de espírito dos coisos agarrados a nós.
Também eles funcionam melhor quanto mais livres se sentem para dar voz à felicidade como gostam de a experimentar que, falo por mim, é à fartazana.
Por isso voltarei a erguer a minha voz quando a juntar à do coiso agarrado a mim, enquanto ecoar pela vizinhança o Grândola Vila Morena bem alto, com a afirmação inequívoca da força na verga para lutar contra os que ameaçam, castradores, a liberdade de que nem as pilas algum dia abdicarão.
Nas muralhas da cidade
Há 1 dia
1 comentário:
fascismo nunca mais!
Rascunho n'a funda São, já!
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