29.11.10
O FIM DA MACACADA
MAINADA PRA FAZER?
28.11.10
SE FOSSE POR MIM NUNCA HAVIA UM FIM...
27.11.10
26.11.10
25.11.10
CONFUSÃO DE NARIZES
24.11.10
UMA VAGA IDEIA
Procurava uma ideia razoável, perdida no meio de uma cefaleia interminável, buscava sem cessar uma maneira de escapar à memória que não lhe permitia cantar vitória na guerra que acontecia entre a cabeça e o coração.
Duas pontas da mesma corda, instinto e razão, esticadas sem parar até ao ponto de quase se romper a ligação entre os pólos aglutinadores da emoção que tentava controlar, o medo de fracassar, o sentido de orientação que se comportava agora como uma bússola desmagnetizada, a cabeça desorientada e o sangue a galope numa corrida infindável e aquela ideia razoável arrastada no frémito da enxurrada que a chuva no rosto algures precipitou.
Lágrimas não saíam e as gotas de água que as fingiam humedeciam-lhe os lábios gretados ao longo da travessia pelo deserto interior, a água evaporada pelo calor que não sentia mas apenas sabia estar a acontecer dentro de si, no ponto onde deveria encontrar uma ideia razoável para escapar à lembrança execrável da sucessão de acontecimentos, lapsos, esquecimentos, que conduziram as ilusões ao cadafalso onde conheceriam o fim.
Uma confissão adiada naquela tristeza molhada pela chuva de um Inverno acabado de chegar, a verdade por contar naquela pantomina de uma revelação que o silêncio ofereceu.
O sonho que morreu prematuro depois de tanto chocar contra o muro da incompreensão que isolava o coração da cabeça, que separava a ideia (que julgava razoável) do espaço onde seria lhe impossível sobreviver, aquele instinto idiota que se recusava a morrer.
Procurava aquela ideia que não queria afinal salvar, mas apenas com o intuito de finalmente a autopsiar.