29.11.10
O FIM DA MACACADA
Porque é que são tão poucas as pessoas que entendem o filme King Kong como nada mais do que uma história de amor?
MAINADA PRA FAZER?
Com tantas interpretações possíveis para cada verdade, será possível que cada uma delas não contenha pelo menos uma quota de mentira quando transmitida a outrem com diferente perspectiva?
28.11.10
SE FOSSE POR MIM NUNCA HAVIA UM FIM...
Eu chamo-lhe afeição mas os gémeos pendurados chamam-lhe traição. Em causa está, para eles, a surpresa de a protagonista ser uma mão em vez de qualquer outro palco para o que eles consideram um final feliz.
A mim tanto se dá. No fundo, todas as ocasiões em que o coiso agarrado a mim entende libertar-me da escuridão para me permitir ser aquilo para que somos destinadas (nós as pirocas, bem entendido) sou uma piroca feliz. E isto borrifando-me para o desfecho da situação, que para mim é quase sempre uma ocasião murcha e em recolhimento total.
Ou seja, ao contrário dos meus acessórios univitelinos (acho que é assim que se diz) acho que os meios é que valem a pena mesmo que os fins não se justifiquem.
E as questões de princípio que se forniquem.
27.11.10
25.11.10
CONFUSÃO DE NARIZES
O leão tentou nem levar muito a sério a pretensão do elefante quando este reclamou o trono da selva, mas acabou por perder a paciência quando às tantas o paquiderme, no meio de uma troca mais acalorada de argumentos na qual o felino lhe recordou a sua aversão a ratos, perguntou: olha lá, leão, mas tu queres levar nas trombas ou quê?
24.11.10
UMA VAGA IDEIA
Procurava uma ideia razoável, perdida no meio de uma cefaleia interminável, buscava sem cessar uma maneira de escapar à memória que não lhe permitia cantar vitória na guerra que acontecia entre a cabeça e o coração.
Duas pontas da mesma corda, instinto e razão, esticadas sem parar até ao ponto de quase se romper a ligação entre os pólos aglutinadores da emoção que tentava controlar, o medo de fracassar, o sentido de orientação que se comportava agora como uma bússola desmagnetizada, a cabeça desorientada e o sangue a galope numa corrida infindável e aquela ideia razoável arrastada no frémito da enxurrada que a chuva no rosto algures precipitou.
Lágrimas não saíam e as gotas de água que as fingiam humedeciam-lhe os lábios gretados ao longo da travessia pelo deserto interior, a água evaporada pelo calor que não sentia mas apenas sabia estar a acontecer dentro de si, no ponto onde deveria encontrar uma ideia razoável para escapar à lembrança execrável da sucessão de acontecimentos, lapsos, esquecimentos, que conduziram as ilusões ao cadafalso onde conheceriam o fim.
Uma confissão adiada naquela tristeza molhada pela chuva de um Inverno acabado de chegar, a verdade por contar naquela pantomina de uma revelação que o silêncio ofereceu.
O sonho que morreu prematuro depois de tanto chocar contra o muro da incompreensão que isolava o coração da cabeça, que separava a ideia (que julgava razoável) do espaço onde seria lhe impossível sobreviver, aquele instinto idiota que se recusava a morrer.
Procurava aquela ideia que não queria afinal salvar, mas apenas com o intuito de finalmente a autopsiar.
23.11.10
ATLETISMO MENTAL
Há sempre algo que me escapa no raciocínio.
Se calhar as minhas ideias são velocistas...
21.11.10
20.11.10
16.11.10
15.11.10
GOSTO DELES ASSIM, A NÚ
Vi com os meus olhos o desmoronar de boa parte da fachada de um imbecil emproado.
Já não dou o dia por perdido.
ALIGEIRAR A COISA
Quando temos diante de nós um dilema que se divide nos dois pratos de uma balança a melhor forma de chegarmos a uma decisão é reduzirmos a questão ao seu mínimo denominador comum e descobrirmos se não a essência pelo menos o posicionamento do problema.
É que basta tirar o mesmo peso de ambos os pratos e fica tudo muito mais claro.
14.11.10
EFEITO BUMERANGUE
Quando se multiplicam em demasia os motivos para desconfiar dos outros passamos, mais cedo ou mais tarde, a desconfiar de nós próprios.
A LEBRE E A TARTARUGA
Dantes é que se apanhava mais depressa um/a mentiroso/a do que um coxo.
E apenas porque nessa altura havia muito menos coxos do que mentirosos...
11.11.10
PRIMEIRA IMPRESSÃO
Ela queria impressioná-lo logo ao primeiro contacto com a situação posta a nú.
E começou pela boca, que lhe acariciou sem pressas com a sua.
E depois passeou-lhe os lábios pelo pescoço, olhou-o em busca da expressão pretendida e depois continuou a descer até onde se sabia capaz do seu melhor.
10.11.10
JANE DOE
Não era, afinal, a utopia que naquele túmulo dos sonhos jazia mas apenas mais uma tentativa frustrada de desmenti-la.
8.11.10
7.11.10
NÃO FICA BEM...
Se há coisa que não posso perdoar ao coiso agarrado a mim é que ele exerça a sua (má) influência e me imponha comportamentos que contrariam a minha forma natural de ser e de estar.
Quero com isto dizer que não tenho nada a ver com os amuos, com os estados de espírito dele, e por isso não consigo aceitar que ele use a mente para me condicionar de forma prepotente e que deixa pouca margem de manobra para uma relação equilibrada.
Eu até nem vejo bola, tirando no pico do Verão, quando (penduri)calha, de soslaio, para aproveitar a liberdade que às vezes me dá o coiso agarrado a mim, porque raio tenho que murchar como uma flor arrancada de um jardim de cada vez que perde o Benfica???
6.11.10
TIBETE
(Só para lembrar os mais esquecidos, pois a hipótese de os chineses comprarem uma parte da nossa dívida soberana pode provocar amnésia...)
1.11.10
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