28.7.07

ANJO SEM GUARDA

Gostava de ser um anjo e poder cobrir-te com as minhas asas vinte e quatro horas por dia. Para te proteger de todas as ameaças. E para manter a ilusão de que tudo em ti que me encanta é propriedade minha, afastando da tua presença quantos cobicem o mesmo tesouro que constituis e a mulher tão encantadora que um dia li no teu olhar arrasador.

Gostava de ser um anjo mas não sou.

E as asas com que te abraçaria (para sempre) serviriam apenas o desígnio da liberdade de que te privaria dessa forma, afastando-te com a minha obsessão sem fim.

Seriam apenas mais um instrumento para fugires de mim.

2 comentários:

Mar disse...

Gosto de asas. Enquanto símbolo de liberdade. E de anjos da guarda. ;-)

Anónimo disse...

Partilhamos esse gosto, como outros que nos aproximam.
As palavras, por exemplo, que entendemos como asas tal e qual as defines...