25.10.09

EQUÍVOCO FRATERNAL

Bate em retirada para um ponto distante de qualquer estrada, corre sem olhares para trás, sempre que não perceberes o que te faz avançar de peito aberto para a orla de um deserto, aquilo que te pareça uma porta aberta para a ponta da baioneta apontada ao coração.
Foge sem vergonha da emoção institucionalizada, essa ameaça velada à tua segurança que destrói a confiança quando vais sentindo nas costas o cutelo que sabes não ser enterrado pelo inimigo declarado mas antes pelo perigo camuflado entre aqueles que não acreditas insidiosos.
Abandona o barco aos primeiros sinais manhosos, pois não conseguirás evitar que se afunde e pouparás assim outro naufrágio à tua convicção por descobrires outra intenção que não a melhor, agarra-te à tábua de salvação que é o amor e flutua acima do que te pode destruir.

Não esperes pelo que possa vir de bom quando notares a mudança de tom, afasta-te de imediato e isola-te na trincheira que é a unica maneira de ganhares o tempo necessário para estudares o adversário e garantires a sobrevivência da tua persistência no contacto pessoal.

Aprende a identificar o mal que possa espreitar nas farsas e nunca desarmes perante algo que desconheças, mesmo que te possa soar muito próximo, familiar até.

Bate em retirada enquanto puderes fazê-lo pelo teu próprio pé.