Conversou animadamente com o seu próprio holograma para combater a solidão. Depois ligou o comunicador global, tentando encontrar algo que lhe prendesse a atenção, mas não conseguiu distrair-se da sensação desconfortável que o perturbava.
Levantou-se da cadeira anti-gravitacional que comprara dias antes numa promoção da maior cadeia de gigamercados do planeta, decidido a arranjar algo de interessante para fazer. E apenas lhe ocorreram as tarefas de rotina como a verificação de segurança dos sistemas anti-intrusão do condomínio blindado e do funcionamento do filtro de ar.
Entediado, acabaria por espreitar pelo ecrã panorâmico que lhe permitia olhar para o jardim sob a cúpula onde já ninguém passeava há meses, desde a última brecha de segurança no muro dinâmico que haviam garantido inexpugnável. Não era. E quatro pessoas acabariam por perder a vida às mãos de um bando de miseráveis vindos do lado de fora, os inimigos do costume do sossego prometido pelo mais recente Governo eleito por pouco mais de cinco por cento da população chipada.
E sentiu-se mais do que nunca saudoso dos dias da juventude, quando ainda podia sair à rua durante o dia para tomar café.
Nas muralhas da cidade
Há 1 dia
6 comentários:
Bem vindo a 2009...
Não exageremos, pá...
Ou também moras na zona de Sacavém?
eu NÃO QUERO chegar lá!
tu não chegas, miúda. enquanto eu tiver um sopro de vida não precisas de te entreter com hologramas...
(míuda? miúda???)
(chavalita, pronto...)
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