Para onde fugiu essa força que tinhas, essa vontade que exibias de ir mais além, de superares os receios e de derrubares os anseios com o poder de uma confiança que parecia não mais acabar?
Vejo instalar-se aos poucos no teu olhar um inesperado desencanto, como se lhe faltasse o sustento que o fazia brilhar, e sinto-me perdido no breu pela falta da luz desses faróis.
Que mudanças aconteceram afinal que te fizeram tão mal e te arrastaram para um ciclo permanente com tendência descendente e que tanto perturbam tudo aquilo que foste e agora não és?
Escuto palavras desistentes, resignadas, onde antes brotavam alegrias contadas na primeira pessoa e a vida parecia tão boa na tua descrição...
O que se passa afinal no teu coração que tanto afectou o desempenho, a crença na tangibilidade do sonho que na prática não dá mostras de morrer?
Conta-me depressa a verdade por detrás daquilo que te faz murchar sem razão aparente, abandona esse apelo que te torna prudente ao ponto de deixares coisas por dizer.
E tem sempre em conta que jamais te permitirei envelhecer.