Uma casa de alterne é, por inerência, um estabelecimento de diversão nocturna. E isto porque quando se tornaram populares a maioria dos clientes trabalhava de dia e só tinham disponibilidade para a paródia em período pós-laboral.
Claro que hoje em dia bem podia cultivar-se o gosto pelas matinés, se tivermos em conta a quantidade de gente que se acumula em pleno dia, por exemplo, junto às bilheteiras do Estádio da Luz em véspera de jogo grande.
Porém, a malta do alterne também organiza a vidinha em função das fases da lua e isso não é coisa que se mude de uma noite para a outra.
Tudo isto a propósito da mudança radical que levei a cabo no tom de fundo deste blogue, recuperando o ambiente da extinta versão original mas sem as bolinhas coloridas pirosas que vinham agarradas ao “pacote”.
Eu sou um daqueles gajos capazes de acordarem à gargalhada, passarem o dia com umas trombas de neura e adormecerem de lágrima ao canto do olho (depois de confeccionar os bifes de cebolada ou assim…). E esta ordem é aleatória, tanto no surgimento como na duração.
Chamam-lhe humor variável, assim uma espécie de designação porreira para rotular a bipolaridade soft que, no fundo, caracteriza as pessoas assim, inconstantes.
Pouco há a fazer quando nos deparamos com um gajo como eu. E os de personalidade mais forte são os mais difíceis de aturar, pois a força é a mesma no melhor e no pior. Amamos e odiamos com a mesma facilidade com que suscitamos precisamente os mesmos extremos da paleta emocional.
Uma montanha russa, como uma autora da minha preferência um dia lhe chamou, essa cordilheira aos altos e baixos onde tão depressa rebolamos (isto é um exemplo) na erva do vale solarengo como arrastamos quem está próximo para uma borrasca terrível no topo de um evereste sempre à mão.
É difícil gostar de alguém assim, admito-o. Difícil ou mesmo impossível sem levar com a cena em doses moderadas. Ou sem andar às apalpadelas pela cegueira de uma amizade indestrutível ou de um enorme amor.
Somos aquele tipo de pessoa baril para fins-de-semana mas péssima para férias de Verão. E a única excepção é feita pelo único contraponto possível a gajos como eu: aquilo a que o povo apelida de santos, pela inesgotável pachorra e pelo milagre de conseguirem encaixar-se nos espaços disponíveis, ziguezagueando por entre os pingos de chuva ou os raios demasiado intensos de um sol abrasador.
E isso é mesmo uma porra, pois nunca se sabe o que vestir nessas condições…
Nas muralhas da cidade
Há 1 dia
4 comentários:
É pá eu santa acho que não sou, fui ali ver ao espelho e não vilsumbro halo nem nada. Mas o certo é que, sendo difícil escolher a vestimenta para te acompanhar, lá isso..., eu tenho encontrado assim umas coisas pró neo moderno que vão bem com tudo. ;-))
Kispos de manga curta e cenas assim, né? :-)
Mas olha, canonizo-te na mesma e se depois tu quiseres montamos um pequeno ritual de excomunhão (com pecados e tudo!). :-)))))
Do mais! Fico muito sensibilizada com esse teu pendor...religioso na apreciação da minha pessoa e inerente paciência para te aturar as mudanças de clima. Depois dizes-me assim quais são as orações para eu praticar e tal. ;-))))
Amén! :-)
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