21.9.09

ANATOMIA DE UMA LÁGRIMA A BRINCAR

Água vertida, água perdida num simulacro de pia baptismal adaptado à sublime função de substituir um garrafão para guardar emoções.
Água esquecida, água salgada na corrente que brota de uma nascente mesmo à beira de um olhar forjado para exprimir um ar entristecido pela mentira desnecessária.

Água estagnada, água despejada num poço sem fundo para afogar os incautos que tentam espreitar a alma por detrás dos espelhos que ocultam sentimentos velhos que se recusam a morrer.
Água pingada, água deslizada num rosto incapaz de esconder a verdade seca no oásis postiço de um sorriso deserto onde a razão se pode perder.

Um sorriso aberto no céu de um dia de chuva carregado de água imprópria para beber.

2 comentários:

gaija do norte disse...

resumindo e baralhando, andam a deitar água fora e isso não é bonito!

shark disse...

é um escândalo, digo eu!