14.12.09

ELE HÁ COISAS...

O bacano entra-me pela porta e pede-me um favor. Coisa simples, papelada, que faria do bom grado em circunstâncias normais.
Porém, o bacano decide explicar-me porque recorre a mim e não aos seus dois filhos: "que estão muito atarefados com o trabalho". E eu vejo ambos tranquilamente encostados à porta dos seus estabelecimentos comerciais em mais do que uma ocasião.
Recuso desenrascar o bacano, alegando que também eu estou atarefado (e não é mentira, convenhamos).

E mesmo sabendo-me cheio de razão, continuo a não conseguir evitar uma sensação de desconforto por não engolir em seco e me permitir ser feito de parvo às mãos de palermas sem tino. Ou de abusadores.

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