20.1.11

ODE A UM POE(TRE)TA

Sangra dentro de ti poeta a ferida de uma emoção de treta que escreves, capataz, até soas capaz de transformares pequenos pardieiros em edifícios com muitos andares, oh inclemência!, e esgotas-me a paciência com essa ladainha, ela agora é dele e antes era minha, e abres o coração à necessidade absoluta de uma transfusão da qual o cérebro tanto necessitava afinal.

O caudal intenso que jorrava desses olhos feitos nascentes de rios como os pintavas quando tentavas render-lhe homenagem, crocodilo, no poema desenhado a custo na humidade deixada pelo rasto de uma lágrima de dor que imaginas no monitor porque há muito não escreves num papel esse amor todo à flor da pele a que chamas o solo da mãe terra mas a vida cortou-te o subsídio para poderes continuar a lavrar.

E tu precisas desabafar, não aguentas a pressão interior, aos gritos essa saudade de um amor perdido no jogo batoteiro em que te deixaste apanhar.

Mas eu, sinceramente, já não estou para te aturar.

2 comentários:

jardinsdeLaura disse...

E se o poeta da treta ainda não tinha percebido (que não estás para o aturar) agora já não tem desculpa! ;)

shark disse...

Nenhuma. Eu gosto que as pessoas me percebam bem.
:)