Na prática está aí o embrião de uma tendência para a generalização que acaba por formatar a nossa percepção dos outros e a sua a nosso respeito.
São frases típicas, como os homens são todos isto ou as mulheres são todas aquilo, e depois os estrangeiros, os pretos, os muçulmanos e por aí fora num chorrilho de etiquetas como na produção em série que denunciam o cerne da questão.
Mas somos afinal pessoas, muito parecidas, com imensos pontos em comum e, no entanto, cada uma igual apenas a si própria por via da infinita combinação de factores que nos moldam.
A insistência em padrões afasta-nos uns dos outros porque nos cega aos pormenores que nos distinguem e conduz-nos à preguiça de presumir a tal equivalência associada a um estatuto ou a uma condição qualquer. Acabamos a insultar-nos sem querer ou a agredirmos sensibilidades com base em falsos pressupostos que bebemos das tais definições com que julgamos facilitar a compreensão das partes a partir do todo, precisamente em sentido contrário ao do que o bom senso aconselha.
E ao do que o confronto desequilibrado entre a felicidade possível e a felicidade efectiva expõe.
2 comentários:
Há confrontos que doem... mas que podem valer a pena! ;)
Doem todos, de alguma forma. Mas sim, alguns acabam por se revelarem providenciais.
;)
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