Com cada emoção vivida de raspão e cada palavra apreciada à pressa, mastigada como fast food, desinteressante por inerência quando não se reporta à constante fonte de impaciência que acaba por degenerar em saturação.
Há vidas sem espaço para os outros, individuais porque atafulhadas das coisas triviais mas necessárias, vidas sem tempo para as histórias sem um final rápido, divertido e feliz.
Vidas a correr nas quais a palavra supérflua pode ser o amor, arrumado num esconso do coração à espera de um dia poder sair dessa pequena arrecadação para onde se despejam as coisas vitais.
À espera do espaço que algumas vidas que de tão preenchidas nas muitas prateleiras do T0 em que se deixam transformar acabam por quase nunca conseguirem arranjar.
10 comentários:
Sim, há vidas assim, com falta de espaço para aquilo que muitos de nós consideramos essenciais. Preenchidas por coisas triviais e supérfluas, necessárias ou não.
E por vezes são vidas que até têm consciência dessa condição, que talvez se mantenham assim, muito em parte, devido ao medo do vazio que pode ficar depois de se arrumar e deitar fora toda a quinquilaharia que as atafulha.
Sábias palavras, Sumaca, sábias palavras...
Triste é termos consciência desse pouco espaço que temos na vida que levamos, querermos aumentar, construir, fazer crescer estas vidas que levamos e apenas termos sonhos, esperanças mas não ter o material essencial para alargar as nossas vidas...
(e já agora deixei este teu link lá nos "Desabafos...")
Não é triste, Ana, que uma pessoa sempre vai fazendo pela vidinha como pode (sem e com agá), mas lá que empata, empata...
e depois, às vezes, essas vidas só se apercebem do desperdício quando já não há tempo para agarrar e acabam numa imensa tristeza...
então, se as há, temos que lhes rasgar paredes e abrir janelas! fácil, não é?
Rasgar não direi, mas abrir ainda vá...
(Fácil quando não estamos a lidar com paredes de betão com 5m de espessura. Mas faz-se, com paciência e a ferramenta certa...)
Mas um dia há-de chegar a reforma!
E aí ainda vão ouvir falar de mim!
E hei-de ter uma bengala de pau de cerejeira!
E uma caixinha de comprimidos com o meu nome gravado!
E uma pedra magnífica, num pedaço de terra algures, com a minha fotografia e uma frase tirada de um blogue que começa por. "Aqui jaz..."
O futuro é uma coisa magnífica e cheia de esperança!
Com a tua fotografia? Com o teu avatar ainda vá...
E na caixa de comprimidos gravam mas é o nick!
:)
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