Que andas a fazer nesta cidade
Que afirmas dar-te cabo da virilidade?
Aos tombos numa forma de decadência
Que passa pela anestesia da consciência?
Falta-te a pica para a vida em geral
E sentes nascer em ti um animal
Selvagem
Por isso embarcas nessa viagem
Sem destino para parte incerta
Ao interior dessa revolta que desperta
Dum canto qualquer dessa carola
Que já sente o carinho como uma esmola
Que te ofende, que te agride, que faz
Nascer em ti um animal
Feroz.
Fazes ouvir a tua voz quando (z)urras
Cheio de estrica pra andar às turras
Com a bófia ou outra instituição
Com cada pessoa que apanhas à mão
Da tua falta de consciência
Para com o mal que é a violência
Que te corrói
Nem sabes onde te dói
Quando dormes meio acordado
Vigilante, sempre armado
Em parvo porque te safas sempre por um triz.
E não há maneira de te sentires feliz.
Iô...